Escola do DF emite alerta após ataque de onças: “Redobrem os cuidados”
As onças-pardas foram vistas nos últimos dias em uma Área de Preservação Ambiental (APA), e mataram uma égua dentro de uma fazenda
atualizado
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Após três onças-pardas atacarem uma égua em uma fazenda no Lago Norte, a Escola Classe Olhos D’Água emitiu um comunicado para que os alunos e pais redobrem os cuidados no núcleo rural. O alerta foi feito pelo colégio após recomendação do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal (BPMA).
“A polícia solicitou que a escola orientasse os pais que buscam seus filhos a pé que redobrem os cuidados, principalmente no final da tarde”, disse a direção, em nota enviada aos responsáveis.
As onças-pardas foram vistas nos últimos dias em uma Área de Preservação Ambiental (APA) entre as chácaras do Núcleo Rural Córrego do Urubu e do Núcleo Rural Olhos d’Água. Uma égua foi morta após sofrer ataques de uma mãe e seus dois filhotes.
Veja o vídeo da égua agonizando após os ataques:
Ataque contra égua
A égua que morreu era da fazenda do produtor rural Ozano da Costa, 65 anos. O idoso relatou que os ataques aconteceram nas noites de segunda (2/6) e terça-feira (3/6), e a égua, muito ferida, morreu na manhã dessa quarta 4/6) . “A égua estava solta ali embaixo, foi arranhada e mordida no pescoço. Tentei cuidar dela sozinho, mas tinha estragado muito, aí acionei o Batalhão Ambiental”, explicou. Além da égua, outros dois bezerros desapareceram da propriedade rural nos últimos dias.
O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) foi acionado e verificou que as mordidas profundas e arranhões realmente eram de onças. Ao ir ao local, o Instituto instalou câmeras nas residências de Ozano e Manuela. Os equipamentos funcionam como armadilha fotográfica para tentar flagrar a presença dos animais, caso retornem.
Manuela Freitas Velho, 45 , e o seu filho, Davi Freitas, 13, moram no local há 40 anos. O adolescente viu os três animais andando no Córrego do Urubu, próximo à sua casa, no dia 29 de maio. “Antes de sair da chácara, mais ou menos às 7h, ele viu as três onças perto do córrego”, contou.
Veja imagens do caso:
Corredores elógicos
De acordo com a gerente de fauna do Ibram, Marina Motta, as onças se tratam de uma mãe e dois filhotes, que estariam de agem na Área de Proteção Ambiental (APA). “O trânsito de animais silvestres naquela região é esperado, pois são corredores ecológicos”.
A agente ambiental explicou que os moradores não precisam ter medo, caso avistem um dos animais. “Eles veem os humanos como predadores, não como presa. Então, as pessoas podem ficar tranquilas. Cachorros também não presas”, disse a bióloga.
Em nota, o órgão ambiental informou que está acompanhando de perto os relatos de avistamentos de onça-parda (Puma concolor) na região do Córrego do Urubu, área rural do Distrito Federal. “Entendemos a preocupação da comunidade, especialmente diante de ataques a animais domésticos, e reforçamos nosso compromisso em garantir a segurança da população e a conservação da fauna silvestre. Não há motivo para alarde”, reforçou.
Saiba quais são as recomendações:
- Evitar deixar animais de criação próximos a áreas de floresta durante à noite;
- Utilizar cercas físicas ou elétricas ao redor de áreas de pastagem;
- Manter iluminação nas áreas onde ficam os animais.
- Uso de sensores sonoros ou repelentes luminosos;
- Manter os animais próximo a casa principal, caso seja uma chacará/fazenda e com as luzes acesas;
- Utilizar cães de guarda.
O Ibram relembrou que a a presença de grandes predadores como a onça-parda é natural e esperada nessa região, uma vez que o Córrego do Urubu está inserido na Zona de Conservação da Vida Silvestre da Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá.
“No Distrito Federal não existem casos de ataques de onças a seres humanos e o encontro com esses animais são raros. As onças percebem o ser humano como um predador, e não presas e, assim, evitam o confronto direto. Quando percebem nossa presença no ambiente, o comportamento desses animais geralmente é de fuga e assim nem notamos sua presença. A equipe técnica do Brasília Ambiental permanece atuando de forma preventiva e orientativa. Convivência com a fauna silvestre é possível, segura e necessária para o equilíbrio ecológico do nosso território”, reforçou o Ibram.