“Pseudo cantor”: polícia bate de frente com Poze e sua mulher. Vídeo
Após a operação na casa de Poze e Viviane Noronha, a PCERJ publicou um vídeo detalhando o suposto envolvimento do casal com o CV
atualizado
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Após a casa de Viviane Noronha, esposa de Marlon Brendon Coelho, o MC Poze do Rodo, ser alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (3/6), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) publicou um vídeo nas redes sociais detalhando o esquema que supostamente envolvia o MC, sua mulher e Philip Gregório da Silva, o “Professor”, um dos líderes do Comando Vermelho (CV), morto no último domingo (1°/6).
No vídeo, a corporação expôs, sem titubear, detalhes da engrenagem criminosa. Em alguns trechos chegou a chamar Poze de “pseudo cantor” e declara que as músicas cantadas por ele “exaltavam o estilo de vida dos bandidos”.
“O seu carro roubado, a carga desviada, o tráfico de drogas, tudo isso vira dinheiro na mão do Comando Vermelho (CV). Dinheiro que Philip da Silva Gregório, o “professor”, lavava muito bem. Os recursos avam por contas de pessoas e empresas até ganharem aparência lícita.”
As empresas citadas no vídeo incluem uma corporação da qual Viviane Noronha é dona. “O dinheiro do crime caía na conta da mulher do MC que promovia as apresentações e também voltavam para a conta de um operador do esquema”, informou a PCERJ.
“R$ 250 milhões. Não é arte periférica, não é liberdade de expressão, não é manifestação cultural. É narcocultura, dominação, lavagem de dinheiro do crime organizado, usando os fãs como massa de manobra para disseminar e romantizar o crime que propaga ódio e guerra”, apontou.
Narcocultura
No vídeo, a polícia declarou que os recursos obtidos de forma ilícita eram usados para comprar armas e drogas e para promover a narcocultura.
Segundo os investigadores, numa quadra dentro do Complexo do Alemão, o professor do CV dava aulas de narcocultura.
As diligências foram conduzidas por equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), com cumprimento de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores de 35 contas bancárias vinculadas ao grupo investigado.
Investigada
As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à Viviane Noronha, que ou a ser um dos focos centrais do inquérito.
A posição dela, segundo os agentes, na estrutura criminosa é simbólica, pois representa o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais.